Eu continuo velho demais
Pra essas coisas
De perdedor nato
Tornei-me colecionador de patos.
De beberrão alcoolizado
Tornei-me exemplo em ser chato.
E tantos me consideram
Sem saber que o que eu mais quero
É fugir com o diabo.
Maldito elevador que se abre
eu continuo ruim
em amar
em foder
em me virar
em reaparecer.
Continuo a mesma besta
E por mais que me resta
Pouca sanidade
As vezes sinto saudade
Dos tempos de ser ninguém.
Mas há silêncio demais
Pra um ser inquieto.
E há inverdades confessas
Caminhando sobre o meu teto.
Nós estamos sozinhos
Não há mais ninguém
E isso deveria nos unir
Ao invés de nos fazer lutar uns com os outros.
Droga
Eu continuo ruim nisso.
E pior
Eu sempre estou demais
Velho demais
Triste demais
Sozinho demais
Perdido demais.
E por me oferecer demais
Quase que fico por lá
E não volto nunca mais.
Eu não deveria voltar
Sei disso
Mas eu continuo ruim
Ruim demais pra entender isso.