Não quero saber, por que?

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Foram tantas as controversas

que acabaram me deixando,

num amontoado de inúteis lembranças;

não era isso que esperava,

depois veio o vento,tinhoso, soprando ao contrário

divertido... espalhou a minha alma

junto com os meus fragmentos,

para que eu me sentisse perdida,

sem querer voltar olhar os arrebóis

com a mesma paixão

que sempre me transmitiram

A desilusão foi tão tempestuosa

foi afogando sem dó, até os meus suspiros,

que agora, não mais me servirão para nada;

morri e não foi pouco;

literalmente me dissolvi, como o sal

debruado na beira de um copo cheio de pranto,

estou amarga em tudo,

porque eu acreditei, esperei...

mas não ouvi passos em minha direção,

permaneci só...mas aprendi

Não quero saber, por que?

Nas páginas do meu livro da vida

aprecio o amarelado que essa tristeza me causou,

deixando tudo esmaecido tudo que eu escrevi,

nenhuma frase tem mais sentido;

os versos dedilhados ao som do amor

perderam o tom, como as cordas de um violão

que se arrebentaram, para nunca mais

marcar compassos, nem ecoar lamentos,

não preciso mais mentir,

a verdade arranhou e deixou sangrar

todas as minhas feridas...perdi!

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 23/09/2007
Código do texto: T665577
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.