Não quero saber, por que?
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Foram tantas as controversas
que acabaram me deixando,
num amontoado de inúteis lembranças;
não era isso que esperava,
depois veio o vento,tinhoso, soprando ao contrário
divertido... espalhou a minha alma
junto com os meus fragmentos,
para que eu me sentisse perdida,
sem querer voltar olhar os arrebóis
com a mesma paixão
que sempre me transmitiram
A desilusão foi tão tempestuosa
foi afogando sem dó, até os meus suspiros,
que agora, não mais me servirão para nada;
morri e não foi pouco;
literalmente me dissolvi, como o sal
debruado na beira de um copo cheio de pranto,
estou amarga em tudo,
porque eu acreditei, esperei...
mas não ouvi passos em minha direção,
permaneci só...mas aprendi
Não quero saber, por que?
Nas páginas do meu livro da vida
aprecio o amarelado que essa tristeza me causou,
deixando tudo esmaecido tudo que eu escrevi,
nenhuma frase tem mais sentido;
os versos dedilhados ao som do amor
perderam o tom, como as cordas de um violão
que se arrebentaram, para nunca mais
marcar compassos, nem ecoar lamentos,
não preciso mais mentir,
a verdade arranhou e deixou sangrar
todas as minhas feridas...perdi!