Quando chega o despertar, aparece um véu, pesaroso,
Encobrindo a luz vistosa, resplandecente de amor e alegria,
Tenta-se afastá-lo; sendo pesado, forte, torna-se desgostoso.
A transparência retorna quando o raio do sol aparece e irradia.

Assim é o amor, esmoreceu, tornou-se sem calor e harmonia,
Amargo, cheio de fel, não deixe o silêncio dominar, o remédio
É o carinho. Se o beijo esmaecer, deseje ao menos um bom-dia!
Respondendo ou não, o desgosto ameniza, remove odioso tédio.

E, como é boa a reconciliação, começa tudo de novo, primoroso,
Simula-se até desconhecimento, como se fosse lisonjaria
De lua-de-mel: afago desconexo, inadvertido, suspeitoso,
Até chegar-se ao ápice do prazer, juras, que não mais retornaria.

Balanço da luz durante tempos seguidos, o sono empedernia
O acalento do amor, desconfianças surgem em prelúdio,
Nas sinfonias mais funestas, volta à amargura sem volúpia,
Começam as ameaças, chocantes, com um fim fugidio.

Silêncio sepulcral, ninguem se manifesta, trste e pesaroso
Fim. O tempo agrava, obsta à união, aumentando a desarmonia.
Confortam-se separações, jogam-se a sorte desatinado clamoroso,
O amanhã pode não ser o dia de hoje, arrepender nada adiantaria.



SMELLO = Alberto F.
22/09/07.
smello
Enviado por smello em 21/09/2007
Reeditado em 23/06/2008
Código do texto: T662944
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