Tórpido Cais
Vais de teu recôndito adoecido
Em breves notas de orvalho
Afugentar meu sopro no carvalho
E descer o âmago empobrecido
Jaz em ácida tristeza volátil
Sob ecos de amargura e escárnio
Tua débil letargia vem e vai
Fosso esconjurado tão longe
Não me arranha ou me rompe
Descortinada alma ao abismo cai
Como estrelas decadentes que morrem
Prefiro-te com os vivos que somem
Teu aceno é um silvo à matilha
Nem quero-te e sois filha
Do escombro e da vaidade
Poço de fel e falsidade
Desse horror não vivo mais
Abandona-me, por favor, no cais