CONCRETUDES ABSTRATAS
Sociedade moderna, de consumo, virtual.
Pessoas em latência, em constante abstração.
O abstrato impera numa concreta alienação,
Onde seres desconexos conectam-se ao não palpável.
Pessoas sentam-se lado a lado, estranhas,
Silenciosas, indiferentes e conectadas.
Sempre guiadas por uma tela retangular,
Procuram na irrealidade, inexistentes semelhanças.
Muros pichados gritando reflexões
De seres isolados e perdidos,
Gritando indignações aos surdos ouvidos,
Até desbotarem em meio à revoltas e ilusões.
Vejo-me em um mundo de ambiguidades
Distâncias próximas de mim,
Proximidades distantes sem fim,
Um turbilhão de confusas saudades.