NãO SOU DONO DO MEU QUERER
Ontem já passou com o declinar do sol
Que se envergonhou e se escondeu,
Entregando-se à noite que apareceu
E eu me enrolei debaixo do meu lençol.
Tentei fechar os olhos pra poder dormir,
Não consegui, tantos os pensamentos
Que me povoaram o cérebro saturado,
De versos soltos que fiquei preocupado.
Eram versos que não davam poemas,
Apenas me sugeriam bastantes temas,
Uns concretos outros simples estrofes,
Fiquei sem ação e sem meus suportes.
Tenho de recuperar minha inspiração,
Usando a minha alma e não o coração,
Mantendo a cabeça fria, e raciocinar,
Afim de poder bonita poesia inda criar.
Passei a maior parte da noite de vigília,
Não acertava com texto, nem vírgula,
A poesia ficou em meio, sem sentido,
Eu estava cansado e muito desinibido.
Surgiu enfim novo dia, e eu mal dormido,
Tinha travado acesa luta com meu sono,
Conclui que do meu querer não sou dono,
Enquanto não me emendar e tiver juízo.
Ruy Serrano - 08.04.2019