SONHO ADOLESCENTE
E quantas vezes
Ela suspirava
Em devaneios adolescentes,
Via a sua frente
Aquele príncipe encantado
Mas eis que de repente
Tudo se transformava,
Seu sonho virava fumaça
E desaparecia no ar.
Quantos deles passavam
As vezes mais velhos
Noutras vezes tão novos
Acendiam seu fogo
Seria pra sempre?
Eis que de repente
Nada, nada mais sobrava
A não ser lamentos
E acusações de falta de amor.
Mas o tempo passou
Lá se foram vinte anos
E na desilusão de esperar
Nada mais esperava
Porém do nada
Um cavaleiro
Sem cavalo
Era o seu cavalheiro.
Então descobriu o óbvio
Nada se faz por impulso
Nem mesmo o amor
Nem mesmo ele tão ligado a emoção
Se faz no impulso adolescente
Ela precisou passar por todas as correntes
De angústias
Sofrimentos e dores
Para perceber que o amor
Não é assim tão inconsequente.
JOEL MARINHO