A dor do fim ou amar com dor
É mais fácil deixar partir ou alimentar um amor incerto?
É mais cômodo aquecer o coração com migalhas ou se esfriar estando perto?
Distanciar-se da necessidade de querer demais ou manter a dúvida de que não dá mais?
A esperança é o que nos alimenta ou o medo é o que nos faz ficar?
Vale a pena tentar até as últimas gotas ou é melhor sofrer agora e, logo, findar?
Temer o desconhecido não vejo mal algum, perigoso é saber que há um obstáculo em comum:
O receio de se entregar à um relacionamento que já nasceu fadado ao fim.
Que por carência dos dois lados ainda não se encorajaram assim.
A ponto de não deixar a razão tomar a rédia da insistência.
Vale a pena manter alguém ao nosso lado que não é quem a gente pensa?
Fantasiar o outro para se encaixar no nosso ideial de "par perfeito".
Só demonstra o quanto não nos conhecemos direito.
Pois, para amar, qualquer um nos serve. Desperdício é partilhar a estrada da vida amando a quem não se deve.
Sentir a dor da perda de quem nunca pôde ser nosso é contradição.
Mas se ninguém é de ninguém, porque não posso chorar por ilusão?
Amar o que nos machuca é remediar e ferir o coração ao mesmo tempo.
Arriscar para sentir uma felicidade incerta ou interromper o relacionamento?
O que é mais confortável para mim?: Amar com a dor ou suportar a dor do fim?
Maísa C. Lobo
01:42h
20/03/2019.