NASCI DO NADA...
Nasci do nada, serei um dia pó,
Sou um grão de areia perdido,
Num mundo de muitas pedras,
Que andam sempre em conflito.
Corro perigos, estou sem saber
Como poderei ainda sobreviver,
No meio desta guerra de pedras,
Que abriu muitas más brechas.
Esgueiro-me entre as pedradas
Que são sem sentido atiradas.
Sou vítima da minha pequenês,
Mas sou um corajoso português.
Não sei se resistirei a esta luta
Que não é minha, é dos maus,
Travo uma permanente labuta
Para atingir o fim sem traumas.
Este grão de areia que eu vesti,
Está vulnerável, não tem saída,
Cada vez se sente na descida
Da vida de que nunca desisti.
Ruy Serrano - 18.03.2019