SOBREVIVENTES
Afloram ao meu pensamento, os seres
Sobreviventes, lúcidos, não dementes.
Que vêm seu espaço e tempo a baixar,
Não permitindo de se poderem salvar.
Há hoje cada vez mais sobreviventes,
Que quase vivem do ar e da esmola,
Só a vontade de viverem dá coragem
Para sobreviverem com boa imagem.
Este mundo é dos muitos sobreviventes
Que deambulam sem aspirações da vida,
Tornaram-se autómatos e uns dementes.
À espera da ajuda duma mão mais amiga.
Os sobreviventes são uma estranha classe
Produto do século em que hoje vivemos.
Que vivem artificialmente de promessas
Nunca cumpridas e os deixam às avessas.
Os sobreviventes só deixarão de existir,
Quando o Mundo acabar por explodir.
E nada sobrar do que nasceu invertido
Não restando sequer algum sobrevivo.
Ruy Serrano - 24.02.2019