CAMINHOS DA SOLIDÃO
CAMINHOS DA SOLIDÃO
É o vento que beija leve,
Teu corpo que não me toca;
Sinto prenúncios de neve,
Neste frio que me sufoca.
O sol não queima teu rosto,
Pois fugiu com o verão;
Partiu levando o seu gosto,
Flagrantes da solidão.
Agora tem chuva e vento,
A bailar com o dia frio;
Transformando meus momentos,
Num cotidiano vazio.
Até meu sono cansou.
Congelou neste inverno;
A onde fico, a onde vou,
Tudo a redor é um inferno.
Faz-me falta teus carinhos,
Desejos de um verão;
Que te levou por caminhos,
Que me levam a solidão.
*J.L.BORGES