INVERNO
Dia cinzento de nuvens bolorentas,
Que se projectam no horizonte,
Dum outono triste e que resiste,
Ao sol e à claridade tão ausente.
Os bancos do jardim estão vazios,
Já não há namorados sentados,
Abraçados e em beijos colados,
São dias em que não há amigos.
Os caninos deixaram de passear
Na relva, guiados pelos donos,
Os pássaros voaram, para longe,
Receando o frio que se faz sentir.
O frio penetra em mim, provocação
Que não posso ignorar, por regelar
Meu corpo, e arrefecer meu coração,
Fico assim sensível ao frio agressivo.
Minha inspiração se dilui neste tempo
De greves e protestos, desajustados,
Que me impedem de escrever poesia
Com versos e temas à minha medida.
Ruy Serrano - 24.01.2019