TARDE DERRADEIRA
 
Trilhas tortas pelo mundo incerto
Em pedras acuadas pela solidez
Enquanto a maldade em magma
Entra em erupção em teus olhos
 
O sangue seco, mancha se apagando
No asfalto pálido de dor e resistência
As coisas que estão ainda sem sentido
Não adormecem na felicidade genuína
 
Vejo o vento úmido varrendo a testa
Da batalha que se trava em poeiras
Desalinhando o horizonte distante
Enquanto se tece a forca sumária
 
Acontece em verões desacreditados
Pelos pássaros cansados na praia
A decepção amarga todo o homem
Que busca abocanhar o sol inteiro
 
Eu mastigo o último raio disponível
Na tarde derradeira do meu trilhar
O ocaso afugenta a verdade silente
Na poesia pulsante em meu peito
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 04/01/2019
Código do texto: T6543086
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