Ah!...  Se a inocência,
Fosse a beleza da estrada...
E ao mesmo tempo,
Nos protegesse do predador
Que o incauto aguarda na tocaia...
Ah!... Se os perfumes permeados 
De pureza, sentidos na infância
Se preservassem em nosso peito,
Ao longo  da escura e árdua jornada...
Meu coração que sangra hoje,
Em fúria atormentada
E silenciosa dor contida
Sentiu um dia,
Perfumes frescos da bondade...
Brincou no mundo de Alice,
Sonhou nas terras do sem fim
Onde celebravam as almas sem instintos,
Num imorredouro e risonho jeito de viver...
Mas ao crescer e me acercar  dos lobos
Que também existem na estrada,
Que pisam leve na surdina,
E esperam na tocáia
Foi que meu coração que era alegria,
Transformou-se em solidão e desencanto

Cesar Machado Sema

27-12-2018
 
Cesar Machado Sema
Enviado por Cesar Machado Sema em 27/12/2018
Reeditado em 27/12/2018
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