APENAS UMA PÁGINA
O que pensa que sou?
Talvez o que pensa que sou não posso ser
Sou apenas uma página de um livro barato
Que depois de escrita fica empoeirado
Na prateleira de uma loja qualquer.
Muitas vezes alguém até toca
Pagina e ler algumas frases
Mas logo se desinteressa
Não sou mais tão interessante
Em meio a tantas páginas elegantes
Que leva o público ao delírio
Eu estou já tão amarelada e ultrapassada
Que não causo mais teu suspiro.
Estou no canto de uma prateleira
Sem muitos olhares
Desprezado
Jogado
Abandonado.
Sou apenas uma página
Que talvez por curiosidade
Um dia você ousou ler
Mas esqueceu a história
Sumiu de sua memória.
JOEL MARINHO

 
Imagem disponível em: http://poestetica.blogspot.com/2016/10/livro-aberto.html