O insustentável peso de ser

O insustentável peso de ser

Ali estava seu abraço em meu corpo

Sozinha

E nada esperava que não fosse o fim da noite

Em casa

No calor do sol, que queimou as paredes do meu quarto

E reverteu tudo numa solidão quente,

Suada e sem nada mais que não fosse seus olhos na escuridão,

Seu cheiro que de mim nunca saiu

Voltou-me como uma lembrança

Do mesmo verão que te amei,

Do mesmo momento em que não mais te quis.

Não era minha a sua estrada

Nem meus caminhos se cruzavam com os seus

E nada além do que possa ser

Deixa de estar nos instantes que compartilho meu amor

De tê-la, detendo você novamente ao meu lado.

Tenha medo do que não quero mais.

Quero-te apenas como ser

E sou o que esperas de mim

Para os mesmos momentos em que preciso de você.

Amar-te nunca foi sacrifício.

Desejar-te nunca foi inesperado.

Tive em meus sonhos a sua companhia

E acordei sozinha,

Suada,

Trêmula,

Esperando que não fosse sonho

O pesadelo

Do insustentável peso de ser eu.

Fabíola Colares

Fabíola Colares
Enviado por Fabíola Colares em 13/09/2007
Código do texto: T651365
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