tão perto
Já não procuro mais ver os seus olhos
Muito menos saber por onde passa a sua vista
Seu silêncio ás vezes me diz muita coisa
E na calada da noite de um dia de solidão
Não precipito buscar saída nas baladas vãs
Nem busco socorro em beijos ditos insólitos
Pois, para ser inabalável às coisas da vida
Somente se apegarmos a Deus
Já não busco sua boca, nem seus verbos e versos
Distribuídos ao acaso principalmente nos seus dias de tristeza
E este um dia vem, bem sei, e é quando você mais diz me amar
Quem ama, ama nos dias de sol ou de chuva
O torpor que me causas tantas vezes nos cursos dos dias
É um desalento que me deixa atento às mazelas do meu ser
E concluo que qualquer coisa em mim que se diz depender de ti
Contrai ao meu espírito a disfuncionalidade do apego do que não me pertence
Devo ser aquém da vontade de possuir materialmente as coisas do mundo
Preciso delas somente como quem reconhece a necessidade de cada degrau de escada
Para atingir patamares mais altos dos cumes da vida
É por isso que te amo
Não porque te possuo como mulher
Mas por ter o efeito de um binóculo para ver horizontes distantes
Que residem aqui dentro de mim, tão perto