TÉDIO NO CONVENTO

Todas as tardes, morre um pouco de vontade

Nos becos em extinção, na escada rolante que segue sozinha

Nas fervuras dos cafés que não passam

No latido infernal das buzinas

Morre, todas as tardes, um pouco da vontade minha

Concreto de espelhos foscos

Armadilha de caçadores convertidos

Oração de menino cortês

Concretos e esperanças sem fim

Solidão pressionada a grito

Rapidamente reacende amigo

Procurador da conversa, convívio

Enquanto ouço os ruídos insistentes

Sou eu, só eu, contra minha parede

E enquanto gozo de um pedaço de memória

Fungoso, insistente, cortante

Eles reaparecem, como se nada tivessem me feito

Peroba em óleo ilustrador conserva

Erva colhida por Eva, ervilha

Quem pilha na esquina entende tábua na avenida

Adão catava grão por pão

Bolhas que o diabo amassou

Tribo intriga entregando infla trigo

Capuz não esconde atitudes em movimentação.

OSMAR ZIBA e Di Engenho Novo
Enviado por OSMAR ZIBA em 10/10/2018
Código do texto: T6472612
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