PORTA FECHADA, SONO ETERNO!
Ah, a porta
A velha porta e seu rangido
Sempre incomodava
Quando ela saía
E trazia esperanças
Quando voltava.
Ah, velha porta
Rangeu pela última vez
E calou
Me enclausurou
Quando fortemente bateu
Esperei com ardor
Não mais se abriu
Não rangeu.
Aqui estou
Abraçado a solidão
Na madrugada
Insônia malvada
Não consigo dormir
Os olhos secos
Sempre atentos
Esperando-o ranger
E aquele cheiro dela
Cheiro de cravo e canela
A me entorpecer.
Mas sei, ó maldita porta
Sei que nunca mais
Vai voltar a abrir.
E a mim, o que resta
Enclausurado?
Para sempre dormir!
JOEL MARINHO