De onde vem a bala?
Em meio a um fogo cruzado,
Me vejo caído e sangrando,
Palavras voam cortando o gramado,
Meus ossos doem e gemem, reclamando.
Olho para cima a procura de paz,
Olho para baixo na esperança do livramento,
Aos prantos, o que a lembrança traz,
Faz-me gotejar suor e tormento.
Não julgo o mundo inteiro,
Mas julgo o meu mundo,
Julgo o coveiro,
Que cava o meu antro.
Porque tão cedo?
Porque tão logo?
Sinto tanto medo,
Que choro meu monólogo.