GLÓRIA
A mim me coube o ostracimo:
minha rua, minha casa e um banco
vazio da praça.
Era estrela, tinha brilho, juventude...
Então vieram outros dias
e só deixaram cinzas daquela glória temporal.
Me pergunto: onde está o legado
daquele sonho, daquela ilusão?...
Quem é você agora no mundo?
Sentado neste banco de praça
vejo minhas mãos, minhas convicções
e ainda sou completo, realizado.
Tomara todos pudessem buscar
a glória de amar, de servir e viver
como se a vida fosse vivida
a partir dum banco vazio de praça...