"Gragoatá"

Com meus olhos ao longe a ti procurei

Sentado nesta rocha, que noite tão fria!

Mas por mais uma vez me decepcionei

Pois a brisa do mar, teu perfume não tinha

Eu olhei para o Cristo, não estavas por lá

Só haviam luzinhas brilhando no morro

Pedi pra que Ele a trouxesse pra cá

Mas não pude fazê-lo acudir meu socorro

Aquele Pão, nem parecia tão doce

Nem me animei de por lá te buscar

Se mais perto um pouquinho ele fosse

Talvez me atrevesse ao teu doce provar

Pela Ponte passando, carrinhos piscando

Nenhum deles te trouxe para me acalmar

Aos meus olhos eu não permiti o descanso

Mesmo sabendo jamais poder te encontrar

Aeroporto, a orla, era tudo tão lindo!

As estrelas, o céu, e o cheiro do mar

Nestas pedras tão frias fiquei me iludindo

Que em algum dos barquinhos iria te avistar

Minha busca cessei, comecei o meu pranto

Sei que em teus lindos olhos não vou mais olhar

Toda esta natureza me disse quase em canto

Que jamais te encontrarei, no meu Gragoatá

Saulo David
Enviado por Saulo David em 08/09/2007
Reeditado em 21/12/2008
Código do texto: T644437
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