"Gragoatá"
Com meus olhos ao longe a ti procurei
Sentado nesta rocha, que noite tão fria!
Mas por mais uma vez me decepcionei
Pois a brisa do mar, teu perfume não tinha
Eu olhei para o Cristo, não estavas por lá
Só haviam luzinhas brilhando no morro
Pedi pra que Ele a trouxesse pra cá
Mas não pude fazê-lo acudir meu socorro
Aquele Pão, nem parecia tão doce
Nem me animei de por lá te buscar
Se mais perto um pouquinho ele fosse
Talvez me atrevesse ao teu doce provar
Pela Ponte passando, carrinhos piscando
Nenhum deles te trouxe para me acalmar
Aos meus olhos eu não permiti o descanso
Mesmo sabendo jamais poder te encontrar
Aeroporto, a orla, era tudo tão lindo!
As estrelas, o céu, e o cheiro do mar
Nestas pedras tão frias fiquei me iludindo
Que em algum dos barquinhos iria te avistar
Minha busca cessei, comecei o meu pranto
Sei que em teus lindos olhos não vou mais olhar
Toda esta natureza me disse quase em canto
Que jamais te encontrarei, no meu Gragoatá