Ferida

Entre um gole e outro da cachaça,

Com canela mergulhada,

Só lembro dela.

A sereia,

Que encontro em sonhos,

Razão de meu pranto,

Rasgando a madrugada.

Passado vívido em mente,

Esquarteja o coração sem dó,

Embrulha o estômago,

Deixando em minha garganta um nó.

Madrugadas mal dormidas,

Anos passaram,

E ainda sangue escorrendo pela ferida,

Esta, nunca cicatriza,

Nem o tempo foi capaz de estanca-la da minha vida.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 08/09/2018
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