Luzia

Luzia

Sabe, aquela dor imensa?

Todo meu ser está sangrando.

Um Palácio de ciências e pesquisas suspensas.

Ver tudo se acabar em chamas intensas.

Brasileira Luiza, a nossa mais velha mulher

Morou nesse Palácio Nacional, tão majestoso.

Porém um pouco caso qualquer,

Fez de sua morada um incêndio tão afrontoso.

Reis, príncipes e imperadores

Também antes, ali habitaram.

Um local de pesquisas e historiadores.

Ardeu em chamas, acabaram.

Chamas geradas pela inoperância,

De governos decadentes e corrompidos.

Hoje perdemos passado e futuro, sabemos: pela ganância.

Pobre cultura nacional, pobre mulher, destruídos pelos bandidos.

Quando ali ia para visitar ou pesquisar.

Levando meus filhos para lhes dar cultura.

Em meus mais loucos pensamentos, não poderia imaginar.

Que ali seria, de Luiza, a última sepultura.

By Zezé Libardi

A poesia precisa ser atualizada.

A verdade é que Luzia, a brasileira ajuizada,

Resistiu e se tornou eternizada.

Ao incêndio resistiu e continua aqui enraizada.

Fico feliz e realizada,

Pois o crânio da velha mulher enfatizada,

Continua existindo e valorizada.

By Zezé Libardi

Zezé Libardi
Enviado por Zezé Libardi em 03/09/2018
Reeditado em 22/01/2019
Código do texto: T6438356
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