Retorno ou revolta
Ainda que o adeus tenha sido dito,
O amor se descumprido,
As lágrimas se efetivado,
O sofrimento retornado,
A chuva, sobre minh'alma, caído,
Mesmo assim, esperanço-me pateticamente
Sob algum dia no qual, conscientemente,
Perceberás que somos
Um para o outro
Destinados.
Por que, agora, retornastes,
Dizendo-me que sofres,
Que minha ausência te asozinhas,
Que de mim precisas?
Sozinho sou eu, cara amiga.
Alterno entre a presença
Do som de meus pensamentos
E a umidade de lágrimas a ti vinculadas.
A raiva me desfaz da rima.
Arrancaste-me de meu cultivo do esquecimento.
Retrocedo, agora, ao sabor
Das lágrimas de há alguns meses.
Mais salgadas, cortam-me o apetite de existir.
Mas refaço supostos planos.
D'algum modo, estás presente,
Sombreando e atacando minha tranquilidade
E a por vir indiferença.