Sono
É torpor intenso
adormecimento mágico
Oceano imenso
Expirar trágico
Projectado para outro lugar
onde vive a memória
sonhos de par em par
arauto de nova história
A imaginação reaparece
do deserto ermo,
um som fenece
anunciando o seu termo
Doce ilusão alegre
sem pesadelos é perene
deus queira que não deserte
não desespere, nem pene.
Morfeu tudo observa
em seu trono se alimenta
de trovas da alma serva
a luz minguada atormenta.
Fortes pensamentos
lúgubres paisagens
trespassadas por surdos ventos
e violentas imagens.
Chegou a hora de acordar...
despertamos agoniados
recordações a definhar
tensões e estímulos aliviados.
A fantasia torna-se real
o mundo exterior a meus olhos surge
as trevas, o padecimento e o mal
todo o bem purge.
Acaba um horror...
término do céu
nuvens de dor
ocultadas em débil véu.
A loucura insinua-se
os suores afloram
a mente desintegra-se
os olhos choram.
Haverá esperança que valha
se tudo se desmorona
e ainda vem a canalha
que nos humilha e explora.
Mais vale cerrar os olhos
desistir da cor da vida
existem dúvidas aos molhos
a viagem foi perdida!.