Vultos
Copos e corpos em cinzas de luto
Paredes como vultos selva de pedra banhada de escuro
Mundão grita alma chora sem peito de aço nem barras de bronze
Passou das 11 a um minuto as sombras se escondem
Madrugada de putas amores sofridos poetas corrompidos
Ódio flagrância venenosas de amor corações com flechas de culpidos
Homem condenado em passagem terrena descarregado por Zeus
Se um pecado for a culpa por favor que seja um dos meus
Já o seu? Eu que te pergunto
Baile de surdo e mudo
Despeço do ego morto dando um gole pra vida
Mais um trago pro meu diabo a poesia vinga
Vendi minha alma pro capeta e fui seco pelo inferno
Sem marcas de fogo mas sim rachas de deserto
Movidos pelos traumas seguimos em busca de uma saída de fuga
A dor precisa ser sentida amarga nua e crua
Palavras ferem logo poesia são escrituras em paredes antigas
Da caverna a filosofia de boteco surgem novas teorias
Lamentável a perda de um poeta que se foi a poucos segundos atrás
Seu nome? Ego suas palavras os ventos nos trás
Preciso como um furto calculado de mente por um bruxo mestiço
Petrificado em nosso nome os mandamentos nas pedras no templo perdido
Por segundos me perco no tempo Cronos
Seu irmão Kayros me oferece seu trono
Obrigado pelo destino a me jogar como poeta mundo a fora
Espinho me abraça e a rosa me ignora
Ilusão nos alimenta e fortalece a mentira
Verdade nua e crua jamais será bem vista
Minha pequena e única passagem pelo inferno foi em físico
Meu espírito ao céu nem se quer era visto
As máscaras caem quando o palco se fecha
A mente do poeta é um labirinto sem brecha
Uma parte de mim é amor outra é ódio
Ying-Yang certidão de óbito
Me falta ar aqui em cima não consigo respirar direito
Eu raptei sua mente mas foi a poesia o suspeito
-BoB LeaL-