UM POEMA AOS MISERÁVEIS
Maria Luiza Bonini
Era para ser assim, mais um dia bem comum ...
Com nada de especial, a mais, surpreenderia
Diante dos parcos recursos, a próle sobrevivia
No rude e pequeno casebre, a não caber mais um
Sem esperança por dias melhores e sem ilusões
Naquele soturno submundo, de constante apatia
Transgredindo todas as barreiras, uma criança_ a mais_ nascia
Para unir-se aos outros, desaventurados irmãos
Como a afrontar as carências e as demais vicissitudes
O menino sorria, impondo à vida, suas maiores virtudes
Por ter chegado ao mundo, não obstante, seus entraves
Devéras, um herói, ali estava, em sua plenitude
Fadado a lutar, com as tênues armas, de sua angelitude
Contra a injustiça cruel, inimiga imbatível, dos pobres miseráveis
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