FINGIR.
Fingimos a dor
Fingimos o amor
Fingimos o medo
Fingimos a paixão.
E quando a fingida sombra noturna
Se sobrepor a minha sombra fingida
Ela ficará oculta eternamente.
Tudo converge ao fingimento
A fala do burguês
O pensamento alheio
E a promessa do político
Tudo é perfeito fingimento.
Fingimos aquilo que queremos ser
E o fazemos com muito esmero
Não por vontade fingida
Mas, por mera necessidade de fingir
Afinal, tudo é fingimento.
Fingimos de olhos abertos
Fingimos de olhos fechados
Fingimos enquanto dormimos
Fingimos estando acordados
E quando estivermos cansados
Teremos então percebido
Que mentir,
Foi tudo o que fizemos.