FINGIR.

Fingimos a dor

Fingimos o amor

Fingimos o medo

Fingimos a paixão.

E quando a fingida sombra noturna

Se sobrepor a minha sombra fingida

Ela ficará oculta eternamente.

Tudo converge ao fingimento

A fala do burguês

O pensamento alheio

E a promessa do político

Tudo é perfeito fingimento.

Fingimos aquilo que queremos ser

E o fazemos com muito esmero

Não por vontade fingida

Mas, por mera necessidade de fingir

Afinal, tudo é fingimento.

Fingimos de olhos abertos

Fingimos de olhos fechados

Fingimos enquanto dormimos

Fingimos estando acordados

E quando estivermos cansados

Teremos então percebido

Que mentir,

Foi tudo o que fizemos.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 03/08/2018
Reeditado em 03/08/2018
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