Modernidade
Quanta gente que está
A vagar por estas ruas
Sem saber que não há
Nada em suas vidas cruas!
Á sorrir desesperadamente
Á consumir-se
Á cultivar torpor na mente
Á despir-se
Da própria realidade inerente
Findar em escapismos
Dessa modernidade doente
Mais vazio para os seus abismos!
Cantam loucamente
E dançam toda hora
Não percebem que o que há dentro
É mais belo do que tudo lá fora!
Essa gente que nada quer
Além do que for para o próprio ego
Alivio com suturas quaisquer
Que furam a alma como pregos!
Não há nada que nestas terras floresça
Nem palavras que esta gente mereça
Ouvir da minha boca
Resta, então, minha total descrença
E uma triste indiferença
Por essa gente d'alma pouca!