A FLOR DO JARDIM ALHEIO.

Amor que me devora a carne,

Que me consome por inteiro,

Que me desnuda a alma,

Que enlaça o coração,

Que me aterroriza,

Que me escraviza,

E depois de me despir,

Me abandona,

Então me vejo só,

Um ébrio poeta cheio de amor,

Cheio de dor,

Cheio de vergonha,

Eu me faço mudo diante das palavras,

Mas o meu coração é tolo,

Ele está aprisionado em sua masmorra,

Ele te quer tanto quanto me queres,

E nesta manhã,

Manhã solitária e fria,

Eu me debruço sobre as palavras,

Me lambuzo de versos tortos,

E a minha alma está repleta,

Repleta de desejos por ti,

Desejando sempre os teus lábios,

Até quando anjo ledo,

Diga-me... Até quando terei que esperar,

De amor já não aguento,

Meu peito não suporta mais.

As flores acenaram ao longe,

Jogadas no jardim da saudade,

A flor da beleza se encantou por ti,

Sendo assim, tu és dela,

E sem que eu perceba,

Sou dela também,

Eu sou apenas esse poeta moribundo,

Jogado a esmo,

No ermo do meu destino,

Observando tudo,

Vagando sempre sem direção,

Meus clamores porém,

É de um poeta perdidamente desesperado,

Desejoso em te querer,

Buscando a sua formosura,

Procurando em milhares de rostos alheios,

Mas não há nesse mundo,

Uma beleza semelhante a tua,

Não há nesse mundo,

Um sorriso como o teu,

Não há nesse mundo,

Um brilho tão intenso no olhar,

Como este teu,

Eu sou um poeta cheio de dor,

Que um dia ousou sonhar,

Com abraços e beijos de amor sincero,

Com sonhos e desejos,

Mas o que sobrou foi apenas lembrança,

Hoje, sou tristeza, sou lágrimas,

Sou solidão.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 21/07/2018
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