CAVERNA
Sei de um turbilhão de coisas a saber
Sinto muito por não saber
Tanto quanto sinto pelo que sei
Certos saberes doem
É como sair da caverna
E se surpreender com o sol
De verdade dói a vista
Perceber que a figura mais terna
Nunca esteve em prol
E nunca foi realista
Recorrer a tua força interna
Correr para quebrar o anzol
Quando a ilusão te fisga
O sentir perfeito é uma isca
Aquele olhar tão doce que te isola
E te deixa perdido numa ilha
Aquela aflição de querer
Um ser criança sem brinquedo
A volta dos juvenis medos
O sol queimando a vista
Te fazendo ver o talento do artista
Enquanto tu engoles cada gota do teu choro
A multidão que agita o coro
Na repentina a dor de um tempo todo
Um tempo todo sem saber
Só pode diante da luz doer