Galhos do topo

Errôneo percurso traçado por pés descalços

A tempos não teme a tortura ou sujeira

Mesmo que queira, já é hospedeira

Do cansaço dos falsos abraços em grades de aço

Aprisionada no esgoto do desgosto

Não se vê, não se ouve, não se sente

Partindo do pressuposto, abre o rosto

Costume imposto por quem mente

Não enxerga atentamente, infelizmente

A jaula do indecente, que provavelmente

É idealizador do ardor que tira a cor

Trás o odor e apodrece rapidamente

Carniça enrustida em cada premissa

A Hiena mata o Leão otimista

Tal como o mundo é imundo

Por ser inundo de falsos idealistas

Quem sabe por um justo medo

O topo seja apenas um desejo

Do louco que almeja subir e não cair

Pois galhos finos são propensos a partir

Se é que um dia tu alcance quem és

Cobrirá por fim teus desgastados pés

Por tontura temerá a tortura pútrida

E morrerá antes que difunda o bom ser