MEU JURAMENTO
Hoje revendo essa minha fotografia três por quatro,
Jogado aqui nesse quarto de pensão,
Por um momento me rejuvenesço,
Volto ao tempo de quando moço,
Sonhava com o futuro que estava por vir,
Acreditava que a vida era verdadeira,
Sem saber que numa noite de lua cheia,
Ela viria muito sorrateira,
E pudesse no meu peito habitar,
Corpo de mulher brejeira,
Perfume de flor de laranjeira,
Jeito meigo, como a paz e o sossego,
Confesso juro que não pude deixar de amar,
Hipnotizava-me o seu olhar,
Como estrelas que faiscam no céu,
Jurava a felicidade encontrar,
Mas numa noite súbita,
Um carro numa velocidade absurda,
Passou direto pela curva,
Vindo ao meu amor abalroar,
Meu pedido de casamento,
Estava esperando um bom momento para anunciar,
Ficaram palavras ao vento,
Um choro e um grande lamento,
Mesmo passado todos esses anos,
Mantenho o meu juramento,
De nunca mais me casar...