PARA NÃO DIZER-ME
Eu não quero ser outra cousa
Eu não tenho um a posteriori
Eu já me consumi todo
e o que verdes
sou eu em essência .
Já me disseram tantas possibilidades ...
Eu nunca consegui chegar
a absolutamente nada para além de onde já estou.
E nem quero ir
Eu sou aquele que é !
Assim decadente
Assim o maior de todos.
Assim o meio termo
Eu sou aquilo o que todos vêem em mim
Eu sou aquilo que ninguém consegue enxergar.
Tantos me dizem tanto
Mas felicito-me pelas falas
Para o meu bem para o meu mal
Mas eu sou outra cousa
A cada átimo de milésimo
Há em mim um esforço absoluto
para que eu continue
na dificílima possibilidade
Em permanecer o mesmo
Quem ousa mim dizer
me erra
Como já errei tanto.
E quem me diz
Há acertos
Já dei muitos tiros na mosca
E como me dói tudo
E como me recuso
E tanto que me aceito
São tantas relutas
Que só eu e mais ninguém
ver, sabe ou percebe.
Do meu enorme esforço
Para continuar sendo
Aí eu vou continuando
Em meu caminho sinuoso
Sem bússola
Sem meta sem rota
E usou imaginação
Quem me diz não sabe
Nem eu sei.
Como saberia um qualquer?
Amanhã acordarei
Será outro ressuscitamento
Outra reencarnação
Outro desencarne
Em verdade vos digo
Eu nunca nasci
Nem nunca morrerei
Eu sou aquele que é