PARA NÃO DIZER-ME

Eu não quero ser outra cousa

Eu não tenho um a posteriori

Eu já me consumi todo

e o que verdes

sou eu em essência  .

Já me disseram  tantas  possibilidades ...

Eu nunca consegui chegar

a absolutamente nada para além de onde já estou.

E nem   quero ir

Eu sou aquele que é !

Assim decadente

Assim o maior  de todos.

Assim o meio termo

Eu sou aquilo o que todos vêem  em mim

Eu sou aquilo que ninguém consegue enxergar.

Tantos me dizem tanto

Mas felicito-me pelas falas

Para o meu bem para o meu mal

Mas eu sou outra cousa 

A cada átimo de milésimo

Há em mim um esforço  absoluto

para  que eu continue

na dificílima possibilidade

Em permanecer o mesmo

Quem ousa mim  dizer

me erra

Como já errei tanto.

E quem  me diz

Há acertos

Já dei muitos tiros na mosca

E como me dói tudo

E  como me recuso

E  tanto que me aceito

São tantas relutas

Que só  eu e mais ninguém

ver, sabe ou percebe.

Do meu enorme esforço

Para continuar sendo

Aí  eu vou continuando

Em meu  caminho sinuoso

Sem bússola

Sem meta sem rota

E usou imaginação

Quem me diz não sabe

Nem eu sei.

Como saberia um qualquer?

Amanhã acordarei

Será outro ressuscitamento

Outra reencarnação

Outro desencarne

Em verdade vos digo

Eu nunca nasci

Nem nunca morrerei

Eu sou aquele que é

BINA DI LACERDÓPOLIS
Enviado por BINA DI LACERDÓPOLIS em 09/07/2018
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