Tudo e nada
O nada que me preenche
é o tudo que me sufoca.
O silêncio constrangedor que ruboriza minha face
A voz enlouquecedora que perambula minha mente
O desamor que inocula a minha alma negra
O abismo que cai sobre a minha pálpebra.
Nada faz sentido quando o canto é desconexo
Vozes ao corredor, alheias e infantis
Vislumbres de outrora, da juventude
O olhar sofredor de uma adolescente marcada.
Risos constrangedores à porta da sala
Palavras soltas sem donos autênticos
Caminhadas tensas pela calçada
O vento sopra confuso no meio fio.
A esperança que recai sobre a morte
O sopro de vida que ainda resta... Será?
Não sentir o hálito da vida no rosto estático
Apenas uma lágrima teimosa no canto do olho esquerdo.
O meu tempo é escasso e nada preciso...
O adeus que foi dado há pouco e que será eterno.