NOITES TRAIÇOEIRAS. 3.
Eu luto todos os dias com meu coração,
Na falha tentaviva de fazê-lo te esquecer,
Mas parece não surtir mais efeitos,
Todas as minhas tentativas são falhas,
E todas as minhas falhas me faz regredir,
Me faz peceber que é inutil lutar,
Esse misterioso sentimento por nome amor,
Se tornou um intransponível gigante,
Com enormes tentáculos e garras,
Todas encravadas no meu frágil coração,
Desfaleço mais a cada vã tentativa,
De tentar expulsa-la de dentro de mim,
O meu coração mostrou-se fraco,
E ja não suporta mais tantas dores infindas,
E nessas indas e vindas,
Entre tantas batalhas travadas em tantos anos,
Hoje me vejo derrotado,
Eu já não aguento tantos golpes,
A indiferença doe na alma,
Enquanto o coração morre um pouco a cada dia,
E as minhas palavras,
Tornaram-se em entristecidos lamentos.
Ela tem os olhos mais brilhantes de todos,
Mas os seus olhos não me enxergam,
Ela tem os lábios mais formosos de todos,
Mas eles não me sorriem,
Os seus cabelos são como cascatas deslumbrantes,
Mas eu não posso toca-los,
Seu corpo de perfeição juvenil,
Jamais será meu,
Triste poeta que eu me tornei,
Nestes eternos caminhos de solidão,
Buscando a melancólica inspiração de cada verso,
Na dor reprimida dentro do peito,
Transformada em poesia cega,
Que jamais será lida pelos teus olhos,
Que jamais esquecerá seu coração como outrara foi,
Despeço-me com imensurável amargor,
As lágrimas são rios dentro de mim,
Aflorando nas nascentes dos olhos,
Tanto que desejei,
Tanto que sonhei,
Hoje sou apenas poema esquecido,
Em algum canto qualquer.