No coração do ingrato
Entreguei meus gestos prestos
em mãos na casa do ingrato
embrulhados em papel-virtude
e ele recebeu-me na porta,
rasgou os enfeites do brinde,
esnobou a mensagem da carta,
depreciou o presente dado...
Coitado! Deve haver muita aflição
no coração do egoísta:
cogitar retribuição
ainda que seja conquista
para quem dá o presente
simplesmente haver gratidão.