Tormento
Calaste?
Perdeu a voz?
Diga,
Fala-me,
O que restou de nós?
Poeiras jogadas ao vento,
Espuma de onda,
Criada em movimento
O que restou foi o raso,
Um raro momento.
Para se perder em mente,
Agonizando no esquecimento.
Fugiste de Minh ‘alma,
Só deixaste teu veneno,
E este queima a garganta,
Espalha entorpecimento.
Se engana que o amor é vida,
Sinto a dor do envenenamento,
Atormenta noite e dia,
Abismo de um lamento.
Pediste o meu perdão,
Te julgas vítima de um momento,
Inocente em prisão,
Acumulas ressentimento.
Teu espírito inquieto,
Manipula um corpo frágil e sedento,
Procuras água em deserto,
Encontra oásis em devaneio.