Noite em claro
Ontem eu vi
quando a lua
Despontou
Percorreu
Ponta a ponta
No céu
Vi quando
o sol iluminou
Tocava mais
um samba
Da antiga
Minha garrafa
Foi ao fim
Testemunha de um enredo
Que não
se consumou...
Ah, veja que
Até as luzes da cidade
Se apagaram
A maré recuoou
Seu José
tirou a mesa
da calçada,
Já saiu
A primeira fornada
e o meu amor
inda não voltou!
Quanta desilusão...
Fiz até uma oração
O anjo caçoou de mim
Flechou o meu coração
Cravou a seta singular
de uma paixão
Que não sai mais de mim...
Eu que não sei escrever
Fiz esses versos na solidão
Quem sabe assim
Ela volta enfim e desfaz
Essa situação... Tenha pena de mim!
Mulher, que me enfeitiçou,
Esse pobre sofredor
Já não pode mais caminhar
Sem sentir essa triste dor
Que faz tropeçar... Tenha pena de mim!
Cláudia Machado
8/5/18