ESTILHAÇOS

Lagrima contida

Logo disparada

Abismo que se abre

Corpo que se joga

Barranco que se rompe

Alma em pedaços

Grito abafado

Palavras que saem

Mas em nada aliviam

Ferida que arde aberta

Aposta alta perdida

Golpe proferido por si

Apunhalada pela frente

Bem no meio do peito

Fui eu quem entreguei a arma

E não imaginei

Eu que tanto confiei

Eu que te criei

Não imaginei que teria o gatilho

Nem mesmo previ a hesitação

Sangue que escorre

E você banha-se

E compartilha meu sangue

Bebem juntas em uma taça

Brindam e estilhaçam

Quebram a taça e meu coração

Um brinde ao meu trabalho de anos

De fato, criei um monstro.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 23/04/2018
Reeditado em 23/04/2018
Código do texto: T6316801
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