ESTILHAÇOS
Lagrima contida
Logo disparada
Abismo que se abre
Corpo que se joga
Barranco que se rompe
Alma em pedaços
Grito abafado
Palavras que saem
Mas em nada aliviam
Ferida que arde aberta
Aposta alta perdida
Golpe proferido por si
Apunhalada pela frente
Bem no meio do peito
Fui eu quem entreguei a arma
E não imaginei
Eu que tanto confiei
Eu que te criei
Não imaginei que teria o gatilho
Nem mesmo previ a hesitação
Sangue que escorre
E você banha-se
E compartilha meu sangue
Bebem juntas em uma taça
Brindam e estilhaçam
Quebram a taça e meu coração
Um brinde ao meu trabalho de anos
De fato, criei um monstro.