TRIBUNAL DE EXCEÇÃO
Está erigido um tribunal de exceção,
E até a respiração pode ser uma condenação,
E o olhar refletindo amor não dirá muita coisa,
O coração foi vendido como sucata,
Sorrindo para não verem a dor,
O dia não para e te empurra,
Enquanto este fantasma sufoca minha respiração,
A lua não tem luz suficiente e o sol não consegue romper essas nuvens.
Que loucura parar a vida e prever as piores situações,
É como não sair na rua por medo de ser abduzido,
Quiçá fosse melhor assim,
Um mundo diferente daqui,
Onde o sentimento tenha mais-valia,
Que a riqueza que a traça consome,
Que o homem envenena,
Sem tempo de salvar.
Dizem-se coerentes por matar um inocente,
Mesmo que tudo que carregava cladestinamente,
Era um amor que não conhecia reservas,
E agora como ressuscitar o sorriso que fora despedaçado,
Como uma flor que teve suas pétalas arrancas somente pelo “mau-me-quer”,
Parece que alguém venceu, este alguém não era aquele do reflexo do espelho,
Os ventos estão sempre contrários,
A força que resta destinada a respirar.
Tentando prever o amanhã, perdeu-se o presente,
Tentando fugir do amanhã, não chegou a lugar nenhum,
Até as palavras não ditas te incriminarão,
O amor será comparado ao lixo,
Porque no pulso não há ouro,
E o tribunal de exceção te condenará,
Porque você não teve medo,
Por ter se machucado quando só queria amar.