Incompreensão.

Não existem espaços vazios

Nem retratos amarelados

Nas paredes do meu coração

Existem sim, abraços que não dei

Existe em meu passado

Uma coleção de passos

Que não levaram a lugar concreto

Mesmo assim, concretizei de alguma forma

Aquilo que fui fazer

Existe uma infinda coleção de palavras

de gestos, de sorrisos, de objetos

Que aparentemente não alcançaram

o objetivo desejado

Foi a maneira subjetiva que utilizei

Que passa esta falsa impressão

Estas coisas estarão sempre lá

Não houve gesto, palavra ou intenção

que tenha sido em vão

Não houve nenhum segundo

Mal vivido em minha vida

Nada daquilo que fiz foi perdido

Existiram apenas

Quem não os compreendesse

Mas elas estarão sempre lá

Com o mesmo desprendimento

a mesma ausência de pretensão

E nenhum arrependimento.

Edson Ricardo Paiva