Pelado, pelado, nu com a mão no bolso
Ia pela rua, numa bela noite de luar.
Ia, descontraída, segura, sem nada pensar.
Ia descontente com as contas a pagar,
Ia em frente sem ao longe olhar.
Ia sem pensar
Nas mazelas lá de frente ao mar,
Ia sem pensar na pobreza da Favela,
Ou da Marielas a matar,
Ia, assim, sem retornar
O pensamento que cansado de sonhar,
Parou, pensou,
E sem pestanejar,
De um salto sutil e a ventar
Foram-se calças e blusas pelo ar
Pronto
A roupa deixou de embalar
O corpo cansado de sonhar.