DESILUSÕES

Pássaros que cantam alegremente todo dia,

Trazendo tanta alegria com seu canto,

Pra que se alegrou tanto quando a vida lhe sorria,

Hoje a vida é tão vazia e sem encanto,

Hoje ouve os pássaros a cantar, mas com tristeza,

Contemplando a beleza e a escutar,

Quase a chorar contempla a natureza,

Ficou no passado com toda certeza, todos os motivos pra se alegrar.

O cantar dos pássaros continua lindo mesmo assim,

Ai, pobre de mim! Só posso dizer,

Que o meu sofrer parece não ter fim,

Pois é tão ruim esse meu viver,

Eu que não sou feito às lamentações,

Mas não vejo razões pra ser de outro jeito,

Se trago em meu peito só desilusões,

Se das alegrias só recordações, vivo amargando meus sonhos desfeitos.

Lembro minha infância que não volta mais,

Toda aquela paz, no tempo à distância,

No peito essa ânsia que não se desfaz,

Essa dor voraz dói em abundância,

Meus tempos de menino, infância tão rica,

Pra que hoje fica nesse desatino,

Ao ouvir o sino minh’alma suplica,

Porque se complica mais, o meu destino.

Assim é a vida desse pobre homem,

De dor se consome minh’alma sofrida,

Se a estrada comprida outro rumo não tome,

Do peito não some essa dor tão doída,

Essa dor que vem das lembranças tantas,

Que hoje não sei quantas lembranças também,

Se até os pássaros que cantam, mil tristezas têm,

Nada mais me faz bem, tudo me desencanta.

CEZARIO PARDO
Enviado por CEZARIO PARDO em 14/03/2018
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