Mais uma vez.

No meio da noite

Novamente eu acordo

Tendo a mesma eterna sensação

de ter sido acordado

Só que dessa vez

Não vejo vultos na escuridão

Mas escuto a voz de Deus

Aquele mesmo

Que faz

Com que eu sinta o peso do abandono

E pega carona nos sonhos

Que interrompe meu sono

E me manda aguardar mais uma vez

Mas me diz

Algo tão fraterno e tão bonito

Que por um momento acredito

Serem mesmo advindos de Deus

e que não são meus

Aqueles pensamentos recitados

Quais se poesia fossem

Mas o amanhecer chegou

E me traz o peso do dia

A verdade fria acordada

Que eu continuo mesmo a crer

Que o sensato é não crer em mais nada.

Edson Ricardo Paiva