Viajante

Naquele subúrbio

onde as pessoas se amavam

Núpcias de valores estimados

Desciam como a areia dos paralelepípedos

Viajante entusiasmado,

Troco modas com as cigarras

Pulando de lá pra cá, cantarolando docemente

versos por quem outrora tivesse amado

Vivente paixão que guardo no peito

levei você nos dias mais vis

que amanheci olhando para o lado,

e sem a ti pertencer.

No trago da vida se acaba os corações abandonados

Amando a outro sem valer o cansaço

de estirar-se de sua alma

por sequer um privilégio apaixonado.

Minha presença rasga os ventos da rua

Num tenro semblante de saudade

Despeço, e vou com o tempo

para um infinito que sequer sei onde estará.