Rendida
Busquei em meus complexos
Onde me refugiar
Vaguei por vales desertos
Tentei me reencontrar
Eu sorri para alguém que vi
Senti a alma sair de mim
Viajar para algum lugar
Meus olhos estão marejados
Escondidos entre um roxo sombrio
Minha face não é inocência
Abrigo um ser doentio
Entre desvarios de loucuras
Em meio a tantas conduras
Sou meu próprio sacrilégio
Em minhas runas antigas
Restou minha própria vida
Inspirada de magias
Mas, para tanto exagero
Deve haver algum apelo
Suplicando em agonia
No sal das minhas lágrimas
Dolorosas
Que sangra o peito
Faz ferver a carne magra
Sufocando em mim eu deito
Caio em rios amargos
Precipício das verdades
Eu menti, foi para mim
Me doeu
Me fez sentir
Como alguém sem liberdade
Meu amor, resta-me esperança
Não entrego-me a morte
Pois de todo o mal que a mim se lança
Esta não vem com tanta sorte
Me sinto enraivecida
Tão cruel
Tão dolorida!
Tão afoita de mim mesma
Ó, pobres os meus desesperos
Pobre a minha sutileza
Em vertigem desgrenhada
Caio aqui
Soterrada
Sobre flores e panos de cetim
Em meu próprio ser me rendo
Meu refugio é aqui
Meu destino será horendo?
Não espero este fim.