Rendida

Busquei em meus complexos

Onde me refugiar

Vaguei por vales desertos

Tentei me reencontrar

Eu sorri para alguém que vi

Senti a alma sair de mim

Viajar para algum lugar

Meus olhos estão marejados

Escondidos entre um roxo sombrio

Minha face não é inocência

Abrigo um ser doentio

Entre desvarios de loucuras

Em meio a tantas conduras

Sou meu próprio sacrilégio

Em minhas runas antigas

Restou minha própria vida

Inspirada de magias

Mas, para tanto exagero

Deve haver algum apelo

Suplicando em agonia

No sal das minhas lágrimas

Dolorosas

Que sangra o peito

Faz ferver a carne magra

Sufocando em mim eu deito

Caio em rios amargos

Precipício das verdades

Eu menti, foi para mim

Me doeu

Me fez sentir

Como alguém sem liberdade

Meu amor, resta-me esperança

Não entrego-me a morte

Pois de todo o mal que a mim se lança

Esta não vem com tanta sorte

Me sinto enraivecida

Tão cruel

Tão dolorida!

Tão afoita de mim mesma

Ó, pobres os meus desesperos

Pobre a minha sutileza

Em vertigem desgrenhada

Caio aqui

Soterrada

Sobre flores e panos de cetim

Em meu próprio ser me rendo

Meu refugio é aqui

Meu destino será horendo?

Não espero este fim.

Bruna S S E
Enviado por Bruna S S E em 18/02/2018
Código do texto: T6256987
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