Hoje me calo

Calo-me em um silêncio tão  barulhento e molhado.

Escorrego para dentro

E me deito na planice escura de meu ser.

Em minha janela um assobio triste

Lembra a hora, a hora de ir embora!

E quando se parte a dor tende a materializar-se

em uma solidez palpável, vista à olho nu.

Nu, nu estive em toda a minha passagem.

Deixei-me vulnerável.

Ah, coração insensato!

E a razão bem vinda

Pegou-me pelo braço

E cantou brevemente:

"O mundo é falso!"

Hoje me calo!

E observo atentamente a batalha dual

Entre o meu mundo sensível e o racional.

Mas, no fim, não haverá vencedor.

Pois os dois caminhos me levam a dor!

Yasmin Meirinho
Enviado por Yasmin Meirinho em 14/02/2018
Reeditado em 14/02/2018
Código do texto: T6253801
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