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Hoje destilo gotas de tédio
Nos sulcos de minha face
Memórias me vêm à tona
Do quanto vivo numa farsa.
Padeço e amargo sonhos
Que jamais sairão das fendas
Escondidas nas grutas quentes
Do meu deserto.
Tão árida me encontro
Em terras e escombros, tão distantes
Que nem sinto o bater do vento
Como antigamente.
Melhor continuar neste silêncio
Recolhida, amarga e infeliz
Arrastando as asas já cansadas
Que ainda não se desmancharam
Por um triz. Apenas por um triz !
( Leila Azevedo ) - num domingo de carnaval !